A rosa imaginária...
É preciso que fique escrito
antes que a tua baba peçonhenta
nos corrompa a palavra
de ti, só se ouvirá no fim da noite
o ranger de dentes
que teu ódio acalenta
inútil e partido!
Sabes Velho Histérico
o que é Ter 29 anos, e sol
e vida?!
Acordar todas as manhãs
com a rosa imaginária
que não dou ao meu amor??
Sabes Velho Histérico
o que é Ter 29 anos, e sol
e vida?
nessa catacumba
de esqueletos onde moras?!
Sabes Velho Histérico
onde está o ventre de mundo
que seria um dia, o meu?!
Aonde está a criança
que não nasceu
nesse ventre de mundo
que seria, um dia, o meu??
Berra Velho Histérico
ainda
a tua ordem
enquanto não chega o vento!
Berra Velho Histérico
na rádio e no jornal
ainda
a tua ordem
enquanto montado no vento
não chega o fim da noite!
... e a rosa imaginária
que vou dar ao meu amor...
Panfleto (poético)
Poeta angolano, preso pela PIDE (polícia portuguesa) em 1959 e de novo em 1961, só sendo libertado a 1 de maio de 1974, depois de ter passado cerca de três anos em cadeias de Luanda e aproximadamente dez no Campo de Concentração do Tarrafal, fato que marcou muito a sua obra. Após a independência, exerceu funções superiores na Rádio Nacional e na Secretaria de Estado da Cultura.
fonte: http://betogomes.sites.uol.com.br/AntonioCardoso.htm#BIOGRAFIA
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